sábado, 29 de março de 2008

Estômago


"Estômago" é engraçado, é bem produzido e dá muita fome!
Com direção de Marcos Jorge, o filme é uma aventura gastronômica que conta a história do aprendiz à cozinheiro Nonato, que nota que tem uma boa mão para ser chef e ao longo do filme desenvolve toda sua habilidade.

O filme acontece em duas histórias paralelas, uma mostra Nonato como ajudante de cozinha de um restaurante, e a outra, mostra o personagem encarcerado cozinhando para seus colegas de cela. Com uma bela edição, você fica cada vez mais instigado em saber qual foi o crime que o fez parar na cadeia. O longa também conta com um roteiro muito forte e criativo, que acaba por cativar o espectador com a sua simpatia, é aquele filme "gostoso" de assistir e não é só por causa da comida.

O site do filme também é muito legal, cheio de informações e interação; nele você pode assistir a trechos do filme, baixar alguns ringtones da trilha musical, conhecer tudo sobre a produção e até fazer download do kit oferecido para a imprensa.

www.estomagoofilme.com.br

O filme já ganhou alguns prêmios como no Festival do Rio 2007 e no Festival de Punta Del Leste, e tem sua estréia marcada para 11 de Abril. Mais um ótimo filme nacional e que é garantia de risada e diversão.

Então preparem seus estômagos e bom apetite!

terça-feira, 25 de março de 2008

Conta Comigo (Nostalgia)


As coisas mais importantes são as mais difíceis de expressar. São coisas das quais você se envergonha, pois as palavras as diminuem - as palavras reduzem as coisas que pareciam ilimitáveis quando estavam dentro de você à mera dimensão normal quando são reveladas. Mas é mais que isso, não? As coisas mais importantes estão muito perto de onde seu segredo está enterrado, como pontos de referência para um tesouro que seus inimigos adorariam roubar. E você pode fazer revelações que lhe são muito difíceis e as pessoas o olharem de maneira esquisita, sem entender nada do que você disse nem por que eram tão importantes que você quase chorou enquanto estava falando. Isso é pior, eu acho. Quando o segredo fica trancado lá dentro não por falta de um narrador, mas de alguém que compreenda." ” O Corpo – Stephen King”

Essa é pra relembrar a infância junto com as deliciantes e intermináveis tardes em frente a televisão assistindo Cinema em Casa e Sessão da Tarde.

Lembrando dessa época, sempre tem um ou outro filme que você recorda com mais carinho, seja por você ter se identificado de alguma forma com a película ou por tê-lo gravado em VHS, assistindo mais de 52 vezes e sempre ouvindo sua mãe reclamar que não aguentava mais te ver assistindo à tudo aquilo de novo.

“Conta Comigo” foi assim pra mim. O filme é de 1986 e foi dirigido por Rob Reiner. Mas quanto ao roteiro, a história é um pouco mais interessante. Sempre assisti ao filme (52 vezes) sem me cansar e sem me interessar sobre a inspiração de alguém para escrever tal história, ela em si na minha televisão já me bastava e muito. Depois de um tempo sem ver o filme, e com algumas velinhas a mais nos meus bolos de aniversário, passando por um momento nostálgico, descobri que na realidade aquele longa e seus personagens foram criados em um conto do Stephen King, e o filme era uma adaptação do mesmo. Incrível, não? No momento me pareceu.

Sem pestanejar fui a livraria comprar o livro: “As Quatro Estações” (Não. Não tem nada a ver com a dupla Sandy & Junior). O livro é composto por quatro contos, cada um representando uma estação do ano; o conto em o longa foi baseado se chama “O Corpo” e representa o outono da inocência, nesta mesma compilação aparece um outro clássico do cinema também escrito por King, “Um Sonho de Liberdade” estrelado por Tim Robbins e Morgan Freeman; no livro o conto leva o nome de “Rita Hayworth e a Redenção de Shawshank”.

Voltando ao “Conta Comigo”, o filme se passa em 1959 e mostra quatro meninos de 12 anos em uma pequena cidade dos Estados Unidos que vão atrás do corpo de um outro garoto da mesma idade que eles, cujo supostamente foi atropelado por um trem. A jornada até o local acaba por se tornar uma viagem de descobertas e provas de amizade, deixando qualquer pessoa que tenha saudades da sua infância entretido do ínicio ao fim. Quanto mais eu assisto o filme, mais adulto ele me parece, logo tive duas impressões da mesma obra, uma aos meus 8 anos e outra aos meus 21. As duas foram fantásticas.

Outro show a parte é a trilha sonora, toda composta por músicas dos anos 50. A original “Stand by Me” de Ben E. King é o grande tema, e o nome da canção é o mesmo do original do filme. Algumas que valem a pena ouvir são (todas valem):

Del Vikings – Come and Go With Me
Buddy Holly - Everyday
The Coasters – Yaket Yak
Fleetwoods – Come Softly

Trailer original "Conta Comigo"


Chordettes - Lollipop (trilha sonora)


sexta-feira, 14 de março de 2008

Stevie Riks

Stevie Riks é um comediante inglês (sempre os ingleses) que interpreta personalidades da música...

Na verdade pra eu não ficar enchendo muita linguiça já vou dizer que não conheço muito de sua história, eu acabao de conhecê-lo via o mundo maravilhoso e fantástico do You Tube.

Além de interpretar os músicos com suas mania e trejeitos, Riks também se mostra um grande instrumentista quando toca algumas canções dos parodiados, tem até dois vídeos dele tocando trechos de canções do "White Album" dos Beatles enquanto os interpreta. E não é só isso! Pra provar mais suas habilidades ele toca o violão de forma canhota quando interpreta o Paul McCartney (ponto pra ele).

Em seu repertório estão Elvis Presley, Davy Jones, Freddie Mercury, Tom Jones, Bee Gees, Noel e Liam Gallagher, David Bowie, Ozzy Osbourne, entre outros. Mas com certeza sua grande inspiração são os Beatles, tem vídeos engraçadíssimos do Paul McCartney lavando a louça e até uma interpretação do Ringo Starr fazendo torradas para o café da manhã. Pra quem conhece os músicos a simples ação de assistir se torna hilariante.

Você pode conferir todos os 312 vídeos que ele disponibilizou no seu canal do You Tube: www.youtube.com/user/caroline372

Vou postar três vídeos que mais fizeram meu dentes aparecerem na frente do computador.

Riks ensina como interpretar Paul McCartney.


Interpretando Bee Gees.


John Lennon no estúdio gravando Nowhere Man.





quarta-feira, 5 de março de 2008

Põe na Radiola!

Segunda edição do Põe na Radiola! Vamô time!

Ray Charles - Halleluja, I Love Her So

Música escrita pelo próprio Ray, é uma daquelas músicas agitadas dele, que lembram twist ou alguma coisa dançante parecida com os roqueiros pianistas do final da década de 50.
Recentemente eu comprei um DVD dele, "Ô-Gênio: Live in Brazil 1963", nele estão contidas duas apresentações que foram transmitidas para a televisão, a apresentação é do programa original que ainda conta com comerciais da época (que sem sombra de dúvida são um show a parte). E sem deixar aquele sentido de inferioridade brasileira e até mesmo falta de confiança, o programa se chama: "Ray Charles, o Gênio entre nós". Parece até uma benção para algum santo, mas depois da apresentação realmente temos que concordar com tal rotulação.

MPB 4 - Tango do Covil

Faz parte da trilha sonara da "Ópera do Malandro", espetáculo que estreou no teatro e depois ganhou vida em um longa metragem. A peça foi escrita por Chico Buarque, que também assinou todas composições de sua trilha.
O álbum traz muitos intérpretes para as canções, quem canta esta é o MPB 4, conjunto vocal que encaixou perfeitamente seus tons na música. A letra é uma declaração de amor, porém seus versos a tornam muito engraçada e até viciante, depois você vai até se pegar cantando alguns trechos no chuveiro com voz de tenor. Ritmo empolgante lembrando o próprio tango e até uma cantina italiana.

George Harrison - Horse to the Water

Está música foi escrita pelo George e pelo seu filho Dhani Harrison (que é igualzinho a imagem do pai na época do começo dos Beatles). A canção apareceu no álbum do Jools Holland lançado em 2002, o que tornou a música bem agitada e até dançante já que este disco foi gravado com sua banda de Rhythm & Blues.
Pra começar, a frase inicial da canção já é genial, " You can take your horse to the water, but you can't make it drink", muito bom, não?
A música também aparece no "Concert for George", apresentação realizada com uma grande banda que incluia Eric Clapton, Jeff Lyne e Paul McCartney, tocando apenas canções escritas pelo George, essa também vale a pena assistir.

Jorge Drexler - Disneylandia

Jorge Drexler é aquele cantor que canta MPB urguaia (hehe), e que ganhou um Oscar pela canção contida na trilha do filme "Diários de Motocicleta".
Canção contida no seu trabalho mais recente, "12 Segundos de Oscuridad" que apresenta a participação da Maria Rita, Paulinho Moska, e nesta faixa especificadamente do Arnaldo Antunes, o compositor da canção. É isso mesmo, descobri semana passada que esta canção é do Titãs. A letra é maravilhosa, traduz muito do que acontece no mundo sem fronteiras de hoje, a versão original é um pouco suja e talvez por isso a letra pode até passar despercebida, porém a versão do Drexler é uma obra prima linda e tranqüila.

Otis Redding - Hard to Handle

Apesar da morte precoce de Otis, com 26 anos, este cantor de Soul dos anos 60 e dono de uma grande voz deixou um grande trabalho para a evolução do ritmo.
Música bem dançante mesclando gritos do cantor e linhas de metais que fazem toda dona de casa afastar os móveis da sala. Grande parte da sua obra vale a pena ser escutada.

Bob Dylan - Mr. Tambourine Man

Na minha opinião uma das melhores músicas já escritas pro esse tal de Bob Dylan. Resolvi tratar dela hoje porque na presente data começa a turnê brasileira de um dos maiores músicos que esse planeta já viu...ou ouviu.
Os Shows devia ser assim como no vídeo abaixo, dá um violão e uma gaita pro cara e manda ele se virar. Ainda tem bastante ingressos para a apresentação dele no Rio de Janeiro (8), já as de São Paulo (5 e 6) as entradas estão quase esgotadas.
E tem mais, a prefeitura de São Paulo negocia uma apresentação gratuita que seria realizado em algum parque da capital paulista, primeiramente os produtores estão pedindo algo em torno de R$ 1,5 milhões a R$ 2 milhões. Ou seja liguem pra produção e comuniquem a doação.
Se realmente for rolar o show eu escrevo aqui no Jornal. Vamô pro show!

A apresentação abaixo aconteceu no Newport Folk Festival de 1964, na sua melhor forma.


terça-feira, 4 de março de 2008

Mais uma banda...

Esse é um comercial da BBC Radio 2 do Reino Unido. A produção e os efeitos foram muito bem feitos assim como montagem e edição.

Aposto que você vai assistir no mínimo duas vezes.
Ou não.



Tá rolando uns boatos que essa banda vem tocar no Brasil no mês de Setembro. Parece que vão haver 3 shows, dois em São Paulo e um no Rio de Janeiro.
As notícias dão conta que os shows da capital paulista vão ser realizados no Credicard Hall, caso confirmado, eu escrevo aqui no blog sobre o show.

domingo, 2 de março de 2008

Esquina (conto)

Esquina
Não lhe parecia certo se matar ao lado de uma igreja, porém suas pernas já não apresentavam força para procurar outro lugar. Não havia outro lugar, não havia lugares reservados para tal ato.

Fechou os olhos.

Em pé sobre o parapeito, a 17 centímetros do vazio e a 38 metros da calçada, podia ouvir toda a cidade se calar em um grito contido. Taxis, buzinas, motores, obras, sabia que em frente a igreja estava a praça principal da cidade, mesmo em transe, ainda podia escutar sua fonte central jorrando água em si mesma. Não podia admirar, mas da posição que estava ela parecia muito mais linda com o reflexo do sol das 16:52. Sabia que haviam pessoas tirando foto, ou apenas atravessando sua extensão, sabia que haviam crianças correndo atrás de pombos, podia deduzir seus sorrisos quando estes voavam apavorados.

Não tinha mais jeito. Ia ser ali. Ia ser agora.

Hesitou.

Ao abrir os olhos notou que um pombo gordo havia pousado ao seu lado no parapeito. A criatura o olhava como o mais puro dos animais, tentando entender a figura humana que estava em sua companhia, lembrou que nem ele próprio o entendia. Ousou alegrar-se ao saber que pelo menos um ser iria assistir seu pequeno quase grande passo.

Não, O pomba voara. Parecia ter encontrado uma migalha mais interessante na praça.

Uma migalha, era isso que era.

Deu o passo. Não era ele.
Aquele novo sujeito dera o passo. No mesmo momento pensara ter ouvido Roberto Carlos cantando "Amigo", talvez vindo de algum restaurante vizinho, onde um outro alguém tomava cerveja tranquilamente. Talvez. Não ouvira muito.
Não ouvira gritos, ninguém parecia se importar.

Não ouvira mais nada.

Estava morto, desafiando o trânsito e enchendo a praça de armas de buzinas impacientes.
Repousava na esquina, onde 50 minutos depois era coberta por passos quem sabe mais desesperados que os seus.

As crianças brincavam e riam na praça.